A morte da mata do Ramiscal (5)

Terça-Feira 29 de Setembro 2009
....Junho de 2008,faço mais uma visita ao coração da mata do Ramiscal com o mesmo objectivo,o de ver se a natureza começa a recuperar.Percorro o trilho do costume,a flora começa a recuperar lentamente, algumas das árvores milenares, conseguem fazer rebentar alguns ramos verdes,muito poucas,a vegetação rasteira é vem visível e parece de boa saúde.Quanto à fauna, essa não recuperou,não vi um único lagarto,cobra,coelho, aves de rapina ou trutas no rio,regresso novamente preocupado.....

Um adeus sentido ao amigo Pedro Torres

Segunda-Feira 28 de Setembro 2009
Domingo fim da tarde,dia de eleições,vejo em roda pé na TV  uma noticia a dar conta de um acidente com um carro dos bombeiros de Esposende,na A7,com 3 mortos,lembro-me logo do meu  amigo Pedro,mas penso que foi só pressentimento.Toca o telefone ,e  o pior vem a confirmar o meu pressentimento,o Pedro é uma das vitimas do acidente.
O Pedro, que sempre dedicou a sua curta vida a causas humanitárias, e defendeu como ninguém a floresta  a troco de nada,morre em serviço voluntário.É muito triste,mas nunca mais será esquecido no coração dos amigos, que hoje tem o coração despedaçado de dor.
À família ,um abraço de coragem e fé, para enfrentar este momento doloroso e irreparável.
Até sempre Pedro! 

A morte do Ramiscal (4)

Sexta-feira 25 de Setembro 2009
....Setembro de 2006,caiem as primeiras chuvas de Outono e o meu receio vem a confirmar-se, com uma visita ao coração da mata.As cinzas   foram arrastadas das encostas íngremes para o frágil rio Cabreiro, destruindo todas  as espécies do ecossistema(trutas,enguias,rás,cobras,lagartos,etc...).Águas pretas como a minha mente,encostas que à  semanas eram cobertas de azevinho,carvalhal-negral,giestal,hoje estão despidas.Desilusão é total.
No regresso,penso em como transmitir toda a minha preocupação e tristeza às entidades que tutelam esta área,ICN,PNPG....     

A morte da mata do Ramiscal (3)

Quinta-feira 24 de Setembro 2009
....11Agosto de 2006,a mata do Ramiscal arde à 8 dias.Perde-se uns dos últimos redutos de floresta autóctone,essencialmente  composta de carvalhal-negral e azevinho.Perde-se também a área territorial dos  últimos exemplares da Águia Real.Temo que as cinzas que caiem rio ,com muito pouco caudal ,matem o fragil ecossistema  da fauna existente.....

A morte da mata do Ramiscal (2)

Quarta-feira 23 de Setembro 2009
....tal como disse na entrada anterior,para se chegar ao coração da mata do Ramiscal só existe dois trilhos.
O primeiro, e mais acessível, (aparentemente) situa-se perto da casa de abrigo , no estradão  de alta montanha que começa no cruzamento para a o lugar de Avelar e nos leva  ao Batateiro.
O segundo ,começa junto à ponte que liga os lugares de Carvalheda a Avelar,ponte essa que só serve para o gado passar e bastante distante dos lugares....

A morte da Mata do Ramiscal (1)

A mata do Ramiscal fica situada no vale do Rio Cabreiro ou rio do Ramiscal,na Freguesia de Cabreiros ,conselho de Arcos de Valdevez, e estende -se até ao cume glaciar das nascentes do Rio Vez e Cabreiro."Era" uma mata composta por floresta milenar e tinha ao longo dos séculos sido protegida pelos pastores autóctones dos curiosos e turistas,pois esses pastores nunca revelaram os dois únicos acessos ,muito difíceis de encontrar na densa vegetação,para chegar ao coração ,que no meu entender, estende-se desde a isolada povoação de Carvalheda até ao cume das nascentes dos referidos rios,passando por fragas e gargantas ,só transponíveis ao ser humano com conhecimento de estreitos carreiros cobertos de vegetação....

Fim da epoca da pesca desportiva da truta 2009

  Quinta-feira 30 de Junho de 2009...

Chega ao fim mais uma época de pesca desportiva à truta....
Apôs muitas centenas de quilometras percorridos e as habituais visitas aos rios e ribeiros carismáticos, o balanço foi bastante positivo em relação aos anos anteriores, quer em numero de capturas quer em qualidade,provando que a mentalidade do pescador desportivo tem vindo a mudar nas ultimas temporadas vendo este desporto como mera pratica desportiva e de competição e não como pratica de algo gastronómico.